Por Redação Agro7
O leite que chega à mesa dos paranaenses vai ficar mais valorizado. O governador Carlos Massa Ratinho Junior sancionou nesta quarta-feira (5) a Lei nº 22.765/2025, que proíbe a reconstituição de leite em pó e outros derivados importados no Paraná.
Mas afinal, o que isso significa na prática?
🥛 De volta às origens: leite feito com leite do Paraná
Até agora, muitas indústrias podiam comprar leite em pó de outros países, misturá-lo com água e revendê-lo como se fosse leite líquido nacional. Essa prática, chamada de reconstituição, ajuda as empresas a reduzir custos — afinal, o produto importado costuma ser mais barato do que o leite produzido aqui.
Com a nova lei, isso não será mais permitido quando o leite em pó for de origem estrangeira e o produto final for para consumo alimentar. Ou seja, as indústrias do Paraná terão de usar o leite fresco produzido no próprio Estado ou no Brasil.
O resultado? Mais espaço e preço justo para o produtor paranaense.
🧀 Proteção para quem produz e transparência para quem consome
O objetivo da medida é proteger a cadeia leiteira local, garantindo que o esforço das famílias que vivem do leite seja recompensado. O Estado é hoje o segundo maior produtor de leite do Brasil, responsável por cerca de 15,7% de toda a produção nacional — atrás apenas de Minas Gerais.
De acordo com o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, a nova lei “assegura mais competitividade e atende um anseio dos produtores e das federações”.
Além disso, o consumidor ganha mais transparência na origem do leite que consome, sabendo que está comprando um produto feito com a matéria-prima local, e não algo reconstituído a partir de um pó importado.
🚜 Medidas que fortalecem o campo
A proibição é mais um passo dentro de um pacote de apoio ao setor leiteiro.
Outras medidas recentes incluem:
- Isenção de ICMS nas vendas internas de queijo, requeijão e doce de leite, ajudando a reduzir custos e equilibrar a concorrência com outros estados;
- Retirada da isenção de ICMS na importação de leite em pó, e aumento da alíquota do imposto de importação para 19,5%, desestimulando o produto estrangeiro barato;
- Contratação de mais técnicos rurais pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) para orientar os produtores e melhorar a qualidade do leite;
- Investimentos de mais de R$ 3,5 bilhões em estradas rurais, para facilitar o escoamento da produção e reduzir o custo do transporte;
- E o estudo para que o leite da merenda escolar seja comprado diretamente dos produtores locais, fortalecendo a agricultura familiar.
🧭 Um futuro mais justo para o campo
Com todas essas medidas, o Paraná mostra que quer garantir renda e dignidade para quem vive do leite, e entregar ao consumidor um produto mais autêntico e de qualidade.
O Estado já é referência na produção e agora também quer ser exemplo em proteção à cadeia produtiva e soberania alimentar.
“Cada copo de leite produzido aqui representa o trabalho de milhares de famílias. Essa lei é um passo importante para valorizar esse esforço”, destacou o governador Ratinho Junior.
Em resumo
A nova lei não proíbe a venda de produtos importados, mas impede que indústrias usem leite em pó estrangeiro para fabricar novos produtos no Estado. Assim, o Paraná mantém sua produção forte, valoriza o que é local e garante que o leite paranaense continue sendo motivo de orgulho no campo e na cidade.

