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Presunto “pata negra” barrado no Porto revela alerta para peste suína africana

Foto: Mapa

Uma operação de rotina da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) no Porto de Santos (SP) terminou com uma apreensão que chamou a atenção até dos servidores mais experientes. Entre presunto pata negra, bacalhau, embutidos suínos, frutas frescas, castanhas, mel e até mudas vegetais, 43,78 quilos de produtos agropecuários foram impedidos de entrar no Brasil após o desembarque de passageiros do navio **Costa Favolosa, vindo da Itália com escalas na Espanha e em Portugal.

O navio trazia cerca de 3 mil passageiros, e a fiscalização se intensificou por um motivo preocupante: a Espanha confirmou, na última semana, novos casos de peste suína africana (PSA) — algo que não ocorria havia 30 anos. Extremamente resistente, o vírus da PSA é capaz de sobreviver 11 dias em fezes, meses na medula óssea, 15 semanas em carne refrigerada ou congelada e até 6 meses em presuntos e embutidos curados** ou defumados, segundo dados da Embrapa.

Embora não ofereça risco para humanos, a doença é devastadora para criações de suínos, tanto domésticos quanto selvagens. E o alerta é total: o Brasil, um dos maiores exportadores de carne suína do planeta, não pode permitir que o vírus encontre caminho para entrar no país — o que explica a rigidez da fiscalização.

Entre os itens mais surpreendentes apreendidos, houve até uma passageira que tentou desembarcar com material de propagação vegetal, como estacas, um bulbo e uma muda — prática proibida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) justamente pelo risco fitossanitário.

A ação não foi a primeira deste tipo. Em outubro, passageiros do navio Costa Preziosa também foram flagrados com produtos considerados de risco. Todo o material retido é imediatamente incinerado para eliminar qualquer possibilidade de contaminação.

A operação reforça o papel estratégico da defesa agropecuária brasileira e acende um alerta para viajantes: trazer alimentos ou plantas na bagagem pode parecer inofensivo — mas, em tempos de vigilância máxima, representa muito mais do que um simples deslize. Pode colocar em risco toda uma cadeia produtiva essencial para o país.

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