Vários sistemas meteorológicos ao mesmo tempo impactaram o Paraná neste domingo (23), causando chuvas volumosas, fortes rajadas de vento e precipitação de granizo. O tempo segue chuvoso nesta segunda-feira (24). A partir da terça-feira (25), a instabilidade atmosférica diminui em todo o Paraná, com o avanço de uma massa de ar mais seco, informa o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Com o volume de chuvas acumulado até domingo, 32 estações meteorológicas do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) atingiram a média histórica para o mês. Oito estações meteorológicas tiveram o volume de chuvas para novembro mais alto dos últimos dez anos.
Os acumulados de chuva de domingo chegaram a 145,4 mm em Pontal do Paraná, 108,8 mm em Guaratuba, e 98,8 mm em Matinhos. Cidades como Guarapuava, Pinhão e Nova Laranjeiras, além de Laranjeiras do Sul, tiveram registro de precipitação de granizo.
“No oceano, uma área de baixa pressão bem distante do continente favoreceu a passagem de uma frente fria. Os efeitos dessa frente foram amplificados por um sistema de alta pressão localizado próximo à costa do Uruguai. A borda desse sistema de alta pressão ficou localizada entre Santa Catarina e o Paraná, reforçando a entrada de ventos provenientes do sudeste, que aumentaram as instabilidades e a entrada de umidade proveniente do oceano”, explica Bianca de Ângelo, meteorologista do Simepar.
Além disso, um cavado atmosférico próximo ao Paraguai intensificou a entrada de ar quente para o Paraná. “Quando esse ar mais aquecido encontrou o ar frio e úmido vindo do oceano, ocorreu um choque de massas que favoreceu o desenvolvimento vertical das nuvens. As nuvens de topo elevado resultaram na formação de granizo, além de volumes significativos de chuva e rajadas de vento fortes”, detalha Bianca.
As temperaturas elevadas registradas no Estado neste domingo (23) atuaram como combustível adicional para a formação dos eventos. A temperatura mais alta foi em Guaíra: 34°C, seguida de Loanda: 33,8°C. Ficaram na casa dos 32°C nas cidades de Altônia, Cambará, Paranavaí e Umuarama. Já Apucarana, Campo Mourão, Capanema, Cornélio Procópio, Cândido de Abreu, Formosa do Oeste (Inmet), Foz do Iguaçu, Joaquim Távora (Inmet), Londrina, Marechal Cândido Rondon, Maringá, Nova Tebas (Inmet), Planalto (Inmet), Santa Helena, Santo Antônio da Platina, São Miguel do Iguaçu e Ubiratã tiveram máximas entre 30°C e 31°C.
Com relação às rajadas de vento, destacam-se os registros de Nova Tebas (Inmet), Joaquim Távora (Inmet), Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Santa Maria do Oeste e Santo Antônio da Platina, com valores acima dos 60 km/h. Todas as regiões estavam sob aviso meteorológico desde sexta-feira (21) e receberam alertas da Defesa Civil.
VOLUME HISTÓRICO DE CHUVA – Contando o volume de chuva acumulado em novembro até domingo, 32 estações meteorológicas do Simepar com mais de seis anos de instalação atingiram a média histórica de chuva uma semana antes de o mês acabar.
São elas Altônia, Apucarana, Capanema, Campo Mourão, Cândido de Abreu, Cascavel, Cerro Azul, Cianorte, Cornélio Procópio, Curitiba, Distrito de Entre Rios em Guarapuava, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guarapuava, Guaratuba, Irati, Jaguariaíva, Lapa, Laranjeiras do Sul, Loanda, Londrina, Maringá, Distrito de Horizonte em Palmas, Palotina, Paranavaí, Pinhão, Santa Helena, Santo Antônio da Platina, São Miguel do Iguaçu, Telêmaco Borba, Toledo, e Ubiratã.
O destaque fica para cidades como Campo Mourão, Cândido de Abreu, Cianorte, Cornélio Procópio, Londrina e Santa Helena, onde o volume de chuvas já superou em mais de 100 mm a média histórica (confira abaixo a lista completa).
Em Cornélio Procópio, este é o volume de chuvas mais alto da série histórica, ou seja, desde a instalação da estação meteorológica no município, em 2018. Em Apucarana, Cândido de Abreu, Campo Mourão, Cianorte, Guaratuba, Lapa, Londrina e Santa Helena, foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2015. No caso de Campo Mourão e Cianorte, que tiveram novas estações meteorológicas instaladas em 2017 e 2016, respectivamente, é o volume de chuvas mais alto da série histórica.
Em Cerro Azul, foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2020. Em Palotina foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2017. Em Pinhão e em Telêmaco Borba foi o novembro com maior acumulado de chuva desde 2019.
Estações meteorológicas com mais de seis anos de instalação que atingiram a média histórica de chuva uma semana antes do mês acabar:
Estação / Média histórica de acumulado de chuva para novembro / Volume acumulado de chuva em novembro de 2025 até domingo (23)
Altônia / 139,6 mm / 209,6 mm
Apucarana / 160,6 mm / 259,8 mm
Capanema / 149,9 mm / 210,4 mm
Campo Mourão / 145,1 mm / 294,2 mm
Cândido de Abreu / 130,1 mm / 303,2 mm
Cascavel / 176,6 mm / 184,2 mm
Cerro Azul / 105,9 mm / 127 mm
Cianorte / 114,9 mm / 275,6 mm
Cornélio Procópio / 139,3 mm / 282,6 mm
Curitiba / 121,3 mm / 134 mm
Distrito de Entre Rios, em Guarapuava / 142,6 mm / 142,4 mm (já se considera dentro da média)
Foz do Iguaçu / 148,3 mm / 155,4 mm
Guaíra / 153,1 mm / 229,8 mm
Guarapuava / 134 mm / 179,2 mm
Guaratuba / 218,1 mm / 313,8 mm
Irati / 102,1 mm / 104,8 mm
Jaguariaíva / 157,1 mm / 196 mm
Lapa / 109,3 mm / 154,8 mm
Laranjeiras do Sul / 140,3 mm / 145,6 mm
Loanda / 77,5 mm / 92,2 mm
Londrina / 154,5 mm / 269,4 mm
Maringá / 125,7 mm / 174,6 mm
Distrito de Horizonte, em Palmas / 103,4 mm / 121 mm
Palotina / 142,1 mm / 187 mm
Paranavaí / 136,2 mm / 145,2 mm
Pinhão / 149,7 mm / 180,4 mm
Santa Helena / 156,0 mm / 310,8 mm
Santo Antônio da Platina / 130,1 mm / 184,2 mm
São Miguel do Iguaçu / 169,9 mm / 189,4 mm
Telêmaco Borba / 136,1 mm / 148,4 mm
Toledo / 168,4 mm / 194 mm
Ubiratã / 115,4 mm / 204,4 mm.
(Com informações de AEN/PR)

