O agronegócio paranaense enfrenta uma ameaça persistente e crescente. A raiva em herbívoros registrou um salto alarmante de casos, consolidando-se como um problema ativo, especialmente no Oeste do Paraná.
Segundo dados fornecidos por Rafael Gonçalves, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o estado já contabiliza, em 2025, a morte de 218 animais em decorrência da doença. Este número é resultado de mais de 400 casos investigados até o momento. Para contextualizar a gravidade, em 2024, foram registrados 258 casos totais da doença
Foco da Doença e Ação Imediata
A maior concentração de focos da doença está localizada na região Oeste, com mais da metade dos casos registrados nas áreas de Cascavel e Laranjeiras do Sul.
O principal vetor da raiva em herbívoros é o morcego hematófago (Desmodus rotundus). A Adapar realiza um trabalho contínuo de vigilância, cadastrando, georreferenciando e monitorando a população desses transmissores.
Atualmente, a Adapar possui 951 abrigos de morcegos cadastrados em diversos municípios do Paraná.
Vacinação: De Recomendação a Obrigação
Para frear o avanço da doença, a Adapar publicou recentemente uma portaria que torna a vacinação contra a raiva em herbívoros obrigatória em 30 municípios da região Oeste, justamente onde a incidência tem sido maior nos últimos anos (Cascavel e Laranjeiras, principalmente).
Recomendação de Vacinação:
Mesmo nos municípios onde não há obrigatoriedade, a Adapar reforça a necessidade de imunização:
- Quem vacinar? Bovinos, búfalos, ovinos, caprinos e equídeos.
- Quando vacinar? A partir dos 3 meses de idade.
- Reforço: O reforço deve ser aplicado 30 dias após a primeira dose.
- Importante: A vacinação é uma medida preventiva. Não há eficácia em aplicá-la após o animal manifestar os sintomas da raiva, uma doença que é letal após o surgimento dos sinais clínicos.
Vigilância é Essencial: O Papel do Produtor
A raiva em herbívoros é uma ameaça real. A colaboração dos produtores rurais é crucial para o controle da situação.
Ao notar qualquer sinal neurológico nos animais, como:
- Salivação excessiva
- Incoordenação motora
- Isolamento do rebanho
- Movimentos de pedalagem dos membros
- Paralisia
O produtor deve comunicar imediatamente a Adapar. Essa notificação é vital para que a agência possa investigar o caso, colher material e realizar o diagnóstico diferencial, afastando ou confirmando a raiva, ou até controlando outras doenças com sinais semelhantes.
A vacinação, o manejo adequado e a vigilância são as principais ferramentas para diminuir os riscos e manter a proteção do rebanho no Paraná.

