Por Redação Agro7 — Foz do Iguaçu (PR)
O mundo do agronegócio parou na noite de quinta-feira (20) em Foz do Iguaçu. Em um leilão que misturou luxo, genética de ponta e disputa acirrada entre investidores, a vaca Donna FIV CIAV, da raça nelore, entrou definitivamente para a história ao ser vendida por R$ 54 milhões, tornando-se a vaca mais cara do planeta.
A façanha aconteceu no Leilão Cataratas Collection, que pelo segundo ano consecutivo bateu o próprio recorde mundial. Para se ter ideia da disparidade, a antiga detentora do título — Carina FIV do Kado — havia sido arrematada por R$ 24 milhões em 2024. Donna, portanto, mais que dobrou a marca anterior e se consolidou como o maior fenômeno financeiro já visto na pecuária de elite.
Quem é Donna, a vaca de R$ 54 milhões?
A supermatriz não é uma desconhecida do público especializado. Pelo contrário: ela ostenta títulos que justificam a idolatria e o valor astronômico.
- Melhor Matriz do Ranking Nacional 2024
- Campeã em pistas como Expozebu e Expoinel
- Filha de Parla FIV AJJ, outra celebridade bovina já considerada a vaca mais cara do Brasil
Suas credenciais genéticas a transformaram em um verdadeiro “blue chip” do nelore.
Uma fábrica de campeões
Segundo Heitor Pinheiro Machado, da SAP Assessoria, Donna é, literalmente, uma máquina produtiva.
“Ela é uma verdadeira fábrica. Donna produz cerca de 100 embriões por mês, o que pode resultar em 30 a 40 bezerras mensalmente. E não é só quantidade — a qualidade é altíssima.”
Em um setor onde genética define produtividade, rusticidade e rendimento, Donna se tornou um ativo tão valioso quanto uma mina de ouro.
Venda inclui clones — sim, clones
E se a história já parecia extraordinária, fica ainda mais inusitada: o pacote de R$ 54 milhões inclui três clones adultos da própria Donna, que acompanham a negociação.
“Quando se vende a vaca, os clones vão juntos. O DNA é o mesmo, mas o ambiente interfere na aparência, por isso há pequenas diferenças morfológicas”, explicou Machado.
A operação também dá aos novos sócios direito irrestrito de uso de seu material genético.
25% por R$ 13,5 milhões e filhas valendo milhões
Somente 25% da propriedade de Donna foram arrematados por R$ 13,5 milhões — um indicador de que o mercado de elite bovina vive um momento sem precedentes.
No mesmo leilão, três filhas de Donna foram comercializadas com média de R$ 3,3 milhões cada, confirmando que a linhagem é uma das mais valorizadas do país.
Os novos donos: do agro às estrelas da música
A negociação envolveu os grupos Casa Branca, Mata Velha e Nelore LMC, que agora dividem a propriedade com dois nomes conhecidos da música brasileira:
- Nelore Huff, do cantor Murilo Huff
- Nelore Traia Veia, da banda Traia Veia
O nelore de elite, mais uma vez, cruza as fronteiras entre o agronegócio e o entretenimento.
Por que Donna vale tanto?
Especialistas apontam três pilares que explicam o valor astronômico:
- Genética comprovada — campeã de pista, mãe de campeãs e filha de uma matriz lendária.
- Capacidade reprodutiva acima da média — até 100 embriões mensais.
- Mercado em expansão — pecuária de elite vive seu momento mais aquecido da década.
No mundo do nelore de alta performance, cada embrião, cada bezerra, cada descendente de Donna é um ativo que pode render milhões.
A vaca que virou manchete e símbolo de um novo tempo
Donna FIV CIAV não é apenas a vaca mais cara do mundo. Ela é um retrato do agronegócio de elite brasileiro — ousado, tecnológico, competitivo e, acima de tudo, movido por genética de ponta.
No palco glamouroso de um leilão em Foz do Iguaçu, uma vaca tornou-se protagonista absoluta e mostrou que, no agro moderno, valor se mede em pedigree, produtividade e potencial futuramente multiplicado.
E Donna, a vaca de milhões, reúne tudo isso em abundância.

